Conjunto de apartamentos para a Associação do Pessoal da Caixa Economica Federal
Ao enfrentar pela primeira vez um projeto de edifício para hotelaria, tivemos a oportunidade de elaborar um trabalho que envolveu arquitetura e urbanismo. Escolhida entre outras, nossa proposta reconheceu a importância do projeto para além da arquitetura, como uma forma de ocupar um território, configurar uma paisagem.
O programa foi dividido em dois blocos dispostos às margens de uma praça elevada.
Dentro do amplo terreno da Associação, o desenho e o posicionamento dos novos blocos reforçaram conexões, criando novos espaços, eixos de circulação e abrindo novos visuais entre as diversas áreas.
Construído sobre uma antiga quadra esportiva, o projeto preservou as imponentes árvores existentes, mantendo assim um forte elemento de identidade e qualidade do ambiente existente, garantindo sombra e proteção visual da rua próxima.
Exploramos também, a todo momento, a riqueza da paisagem natural, garantindo a todos a vista do mar e permitindo que todo o acesso aos apartamentos fosse feito por circulações abertas.
Quebrando o paradigma de implantação transversal ao mar, presente na maioria das edificações próximas, privilegiamos a orientação solar ideal para todos os apartamentos, atingindo com isso um alto nível de adequação bioclimática e eficiência energética, complementado por um layout de plantas que viabilizou e explorou ao máximo a ventilação natural, cruzada.
No desenho da volumetria, utilizamos nossa confiança na expressão própria dos materiais e da lógica interna do projeto. O ritmo regular, baseado na composição modular, é o elemento básico. Sublinhado pelas floreiras em concreto aparente, e compassado pela marcação irregular dos montantes de madeira, ganha brasilidade. Nossa simplicidade tropical tempera o geometrismo modernista.
O ritmo regular da estrutura modular é como o compasso, dentro do qual os montantes de madeira desenham tempos e contratempos.
As floreiras em concreto aparente sublinham a estrutura, enriquecendo a composição com horizontalidade e permitindo que a vegetação suba com o prédio, Ambos os elementos reforçam a contextualização do projeto, vinculando-o ao ambiente para o qual foi projetado.
No térreo, os montantes de madeira criam um filtro que dissimula a presença do estacionamento, humanizando o entorno do prédio.
Sobre as garagens recriamos o térreo com a praça de integração entre os blocos, com visão para os campos esportivos.
Essa área sobre as garagens se estende até a praça central da associação como uma arquibancada vegetal. Um espaço de convívio e eventos.
Nosso projeto para o mobiliário seguiu a linguagem da arquitetura com simplicidade e utilizando materiais naturais, com peças de madeira maciça.
E com vista.
Fotos Fernando Willadino Mirela Moser Fabíola Guimarães