No Centro de Florianópolis
A loja do Mercado São Jorge, na Bocaiúva, num desdobramento mais urbano do projeto do Mercado original, assumiu uma fórmula mais enxuta, gourmet, adequada à sua repetição e implantação em áreas urbanas mais densas.
O projeto buscou ser sustentável todo o tempo, fazendo o mínino, mas não pouco.
Dentro do conceito de “mercado de bairro”, a loja apresenta um mix de produtos mais selecionado e abrangente, sem perder o foco inicial de alimentação saudável e produtos orgânicos, mas agregando os produtos “gourmet”, como os vinhos.
Trocar o telhado antigo, que funcionava, pela nova cobertura elevada, não foi pouco, mas era o mínimo que precisávamos para dar ao espaço as qualidades que buscávamos, de amplitude e iluminação natural. As janelas de demolição, referência trazida do Mercado original, foram usadas aqui no vão superior da cobertura pela necessidade de filtrar a luz solar.
No projeto, procuramos todo tempo fugir de sintéticos e usar materiais naturais. Isso tanto por um gosto pessoal, pela textura, cor, cheiro original dos materiais, quanto pela lógica interna do projeto e do negócio, de vender alimentos de verdade, num espaço de verdade.
Uma frase do arquiteto espanhol Rafael Moneo, retirada de um livro de entrevistas ajudou a conceituar esse projeto “Eu quero fazer uma arquitetura que se afaste de um mundo artificial”
Pisos de ardósia natural e madeira de demolição, prateleiras maciças de angelim e balcões de mármore se aliam aos tijolos maciços originais deixados à vista para transparecer o espírito do Mercado.
O espaço de alimentação propriamente dito não poderia faltar e está lá nos fundos da loja, iluminado por um pátio aberto, onde um jardim vertical se aproveita da luz natural e traz a vegetação para dentro do espaço.
Fotos André Moecke e arquivo